10/09/2013

Principais intelectuais da Escola de Frankfurt e respetivas ideias

Max Horkheimer (14/2/1895 - 7/7/1973).

  • Teoria tradicional e teoria crítica (1937) - Início da «teoria crítica» da sociedade e da cultura ocidental (contra a «teoria tradicional»). A «teoria crítica» serve para «denunciar», criticar, destruir, sem apresentar alternativas!

Walter Benjamin (15/7/1892 - 27/9/1940).

  • A obra de arte na época da sua reprodução mecanizada - Primeira grande teoria materialista da arte, segundo a qual as técnicas de reprodução das obras de arte provocam a queda da aura.
  • Suicidou-se ao atravessar os Pirinéus, com medo de ser apanhado pelos nacionais-socialistas (segundo consta).

Theodor Adorno (11/9/1903 - 6/8/1969).

  • «Indústria cultural» / «cultura de massa» - Portadora da ideologia dominante, «impede a formação de indivíduos autónomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente».
  • A personalidade autoritária - «Medição» do grau de «fascismo» de cada pessoa e facetas do autoritarismo.

Herbert Marcuse (19/7/1898 - 29/7/1979).

  • «Tolerância libertadora» - «Toda a tolerância para com a esquerda, nenhuma para com a direita». Criação do preconceito de que tudo que o vem da esquerda é bom, e tudo o que vem da direita é mau.
  • A ideia do «politicamente correto».
  • Eros e civilização - «Faça amor, não guerra».
  • Crítica ao nacionalismo.

Revolta contra a ordem vigente e contra o trabalho

«A tolerância, que é o elemento vital, o símbolo de uma sociedade livre, nunca será o dom dos poderes constituídos; (...) nas condições habituais da tirania da maioria, só pode ser vencedora com o esforço sustentado de minorias radicais, dispostas a quebrar essa tirania e trabalhar para o surgimento de uma maioria livre e soberana — minorias intolerantes, militâncias intolerantes e desobediência às regras de comportamento que toleram a destruição e supressão.»

(Herbert Marcuse, Tolerância repressiva)

«Entretanto, a revolta nos países atrasados encontrou uma resposta nos países adiantados, onde a juventude está a protestar contra a repressão na afluência e a guerra no estrangeiro.

É revolta contra os falsos pais, falsos professores e falsos heróis — solidariedade com todos os infelizes da Terra. (...)

Um montante cada vez maior do trabalho efetivamente realizado torna-se supérfluo, dispensável, sem significado. (...)

A redução do dia de trabalho a um ponto em que a mera porção de tempo de trabalho já não paralise o desenvolvimento humano é o primeiro pré-requisito da liberdade. (...)

O homem só é livre quando está livre de coações, externas e internas, físicas e morais - quando não é reprimido pela lei nem pela necessidade. (...)

A reativação da sexualidade polimórfica e narcisista deixa de ser uma ameaça à cultura e pode levar, ela própria, à criação cultural, se o organismo existir não como um instrumento de trabalho alienado, mas como um sujeito de autorrealização — por outras palavras, se o trabalho socialmente útil for, ao mesmo tempo, a transparente satisfação de uma necessidade individual. (...)

Defesa da eutanásia e / ou do suicídio

A morte pode tornar-se um símbolo de liberdade. A necessidade de morte não refuta a possibilidade de libertação final. Tal como as outras necessidades — pode-se tornar também racional, indolor. Os homens podem morrer sem angústia se souberem que o que eles amam está protegido contra a miséria e o esquecimento. Após uma vida bem cumprida, podem chamar a si a incumbência da morte - num momento da sua própria escolha. (...)

«Explosão da ordem social vigente» com a promoção da sexualidade

A sexualidade oferece uma das mais elementares e mais fortes possibilidades de gratificação e felicidade. Se essas possibilidades fossem permitidas dentro dos limites fixados pela necessidade de desenvolvimento produtivo da personalidade, em vez da necessidade de dominação das massas, a realização dessa possibilidade fundamental de felicidade conduziria, necessariamente, a um aumento na reivindicação de felicidade e gratificação em outras esferas da existência humana. A realização dessa reivindicação requer a acessibilidade de meios materiais para a sua satisfação e deve, portanto, acarretar a explosão da ordem social vigente.»

(Herbert Marcuse, Eros e civilização)


Dois destinos diferentes…

Herbert Marcuse permaneceu nos EUA. Na década de 60 houve uma rebelião de estudantes, em grande parte pela resistência à convocação para as forças armadas e para a guerra do Vietname. Encontraram a teoria de que precisavam no livro Eros e civilização. Os EUA perderam vergonhosamente a guerra, e o Vietname tornou-se uma ditadura socialista! Marcuse, já com 70 anos, também participou na revolução estudantil de Maio de 68, em Paris.

Theodor Adorno regressou à Alemanha. Numa rebelião estudantil, alguns estudantes invadiram a sala dele, mas ele chamou a polícia para prendê-los. Personalidade autoritária!... Entretanto, foi alvo de provocação de várias alunas, o que o deixou psicologicamente muito abalado, morrendo poucos meses depois. Acabou por ser vítima das suas próprias ideias!


Jürgen Habermas (18/6/1929 - …).

  • Ética e direito baseados na opinião coletiva (influência de Kant).
  • Critica o Positivismo e, sobretudo, o progresso científico e tecnológico.
  • A tecnologia é a «ideologia» que consiste na tentativa de fazer funcionar na prática, e a qualquer custo, o saber científico e a técnica que dele possa resultar.
  • Critica o objetivismo ontológico e contemplativo da filosofia teórica tradicional.

Jacques Derrida (15/7/1930 - 8/10/2004).

  • Colaborador da Escola de Frankfurt, da qual não fazia parte diretamente.
  • Criador do «desconstrucionismo» - «O significado que o escritor buscou impor ao texto deixa de existir, já que o texto agora expressa vários significados.»
  • Argumenta que a filosofia se equivocou ao procurar a verdade na «essência das coisas». O foco deveria ser a linguagem.
  • Foi preso, em Praga, por transportar maconha!

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